Quando pensamos em mitologia grega, qual o primeiro deus que nos vem à cabeça? Muitos lembrar-se-ão de figuras proeminentes, como Zeus, Hera ou Apolo, porém existem outras divindades que não são muito lembradas, mas que possuem um importante papel na história mitológica.
Um desses casos é o do deus Baco (também conhecido como Dionísio na mitologia greco-romana). Não muito importante na hierarquia divina do Olimpo, Baco é conhecido como o deus do vinho, uma figura boémia e festiva que se tornou o símbolo do hedonismo.
Baco é fruto do relacionamento de Zeus - o deus dos deuses - com Sémele, uma mortal. Apesar de ter cativado Zeus e engravidado dele, Sémele sentiu que precisava de provar a todos quem realmente era o seu amado, porém essa atitude enraiveceu o deus, que castigou a pobre mulher com os seus raios, salvando apenas o seu filho.
Para terminar a gestação do bebé que estava em Sémele, Zeus costurou o pequeno Baco na sua coxa, escondendo-o assim da sua ciumenta mulher, Hera, durante algum tempo. Dessa estranha gravidez, nasceu o deus do vinho.
O mito de Dionísio, é um dos mais antigos de todo o acervo mitológico grego, sendo que alguns registos datam-no do século XIII A.C., ou seja, há cerca de três mil e trezentos anos atrás!
Baco é considerado o protetor das vinhas e do vinho, é um deus ligado à boémia e à festa. E também é visto como o protetor da fertilidade e do teatro. Na Grécia Antiga, os cultos a Dionísio eram regados a muito vinho, erotismo e fantasias. Ele é o deus de tudo o que é perigoso, incerto e tentador.
Pelo facto de estar ligado à fartura e aos excessos, o deus Baco é apontado como o deus do vinho, já que a bebida era um importante símbolo de festividade. Segundo a mitologia, a relação de Baco com essa bebida, tem origem na figura de seu professor chamado Sileno. Foi ele quem ensinou a cultura da vinha e a fabricação da bebida ao jovem deus.
Um dado curioso sobre o deus Baco, é o seu protagonismo na obra literária Os Lusíadas, de Luís de Camões. Nos versos da epopeia, Baco tenta impedir a chegada dos portugueses à Índia.
Os atos religiosos realizados em homenagem a Baco, eram famosos pelo alto consumo de vinho entre os participantes, sendo que muitos entravam numa espécie de transe. Além do álcool, algumas manifestações em nome de Dionísio envolviam erotismo. O termo "bacanal" tem origem na palavra utilizada pelos seguidores de Baco, para designar as suas festas em nome desse deus.